quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Exposição TARSILA DO AMARAL - Percurso Afetivo



Até 29 de abril acontece no CCBB RJ a exposição “Tarsila do AmaralPercurso Afetivo”, com curadoria de Antônio Carlos Abdalla e da sobrinha-neta da pintora, Tarsilinha do Amaral. Com 87 obras interligadas entre si pelo Diário de  Viagens da artista, a mostra representa o íntimo da modernista brasileira por meio dos melhores momentos de sua carreira.Tarsilinha ressalta:“para esta mostra não foram considerados os períodos – Pau-Brasil, Antropofágico e Social – habitualmente identificados na obra de Tarsila. O enfoque dado, em primeiro lugar, foi intimista; depois, temático e, quando possível, cronológico”, explica.

O momento não poderia ser mais propício. A primeira exposição dedicada à artista no Rio de Janeiro após um hiato de 43 anos vem para comemorar nove décadas da Semana de Arte Moderna de 1922, da qual Tarsila não participou, porém foi peça importante ao complementar o Grupo de Cinco ao lado de Anita Malfatti, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia.Além de pinturas, desenhos e gravuras, o público também poderá transitar pela vida pessoal da pintora através de documentos e objetos pessoais expostos com o propósito de trazer mais intimidade à mostra.Entre os destaques do percurso estão a inacabada – e raramente exposta -segunda versão do quadro “A Negra” e uma ampliação da fotografia da modelo de Tarsila ao pintar a obra.

 Eternamente Tarsila

     
Não há dúvidas de que a obra da modernista atravessou gerações encantando o público e figura na história como umas das maiores referências da arte nacional e mundial, mas Tarsila do Amaral transcende seu tempo também pelo exemplo de mulher moderna que foi. Nascida em 1886 no interior de São Paulo, a artista se divorciou duas vezes em uma época em que tal feito era visto com maus olhos pela sociedade. Namorou um homem 20 anos mais novo que ela. Estudou arte na Europa e levou uma vida de festas e reuniões que revolucionaram culturalmente o país inteiro. Foi diretora da Pinacoteca do Estado, foi presa por defender o Partido Comunista, escreveu para o jornal “Diários Associados” e pagou as hipotecas do pai.

Mais que os fatos, a artista ousou ser uma mulher independente e viver de acordo com suas crenças. Ousou explorar e conhecer seu povo, traduzindo-o em quadros, desenhos e pinturas. Para a produtora de TV Patrícia Pimentel Tarsila conseguia captar a diversidade brasileira e é isso que a transformou em um dos ícones da arte moderna.

As obras dela são bem brasileiras, mostram um pouco de como ela via cada tipo de pessoa, de lugar”, afirma. O curador Antônio Carlos Abdalla concorda e ainda explica a fascinação do público sobre a obra da modernista. “Os bons são eternos, acho que a Tarsila tem uma obra eterna, é atemporal, as pessoas se identificam com a obra porque ela é de alta qualidade estética, é uma revolução dentro do modernismo brasileiro”, conclui. Tarsila do Amaral faleceu no dia 17 de Janeiro de 1973, em São Paulo, e deixou mais que saudades a um povo carente de ídolos. Tarsila deixou um exemplo de como se vive uma vida plena, independentemente da época e das dificuldades.

A exposição pode ser visitada de terça a domingo, das 9h às 21h, com entrada gratuita. O CCBB RJ fica na Rua Primeiro de Março, 66.

CCBB Setor Educativo: 3808-2070/2254

FONTE:O Estado do RJ - Informar e  Formar Opinião



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